quinta-feira, 17 de maio de 2012

A estratégia do atraso e o fim do voto paritário na UFPI

O processo eleitoral para escolha de reitor e vice-reitora da UFPI está deflagrado e vem apresentando características bem diferentes das disputas anteriores. A judicialização da campanha é o recurso utilizado por um setor oposicionista que claramente objetiva desvirtuar o debate em torno dos programas e teses sobre qual papel a UFPI deverá exercer após sua exitosa expansão e influência no contexto regional, nacional e internacional.

A implementação da tese da perversidade concretizou-se através de duas ações judiciais: um mandado de segurança coletivo proposto por parte da Associação dos Docentes da UFPI (ADUFPI); e uma ação popular de autoria do vice-reitor. A orquestração foi montada toda no dia 27 de março de 2012. Almejava qual finalidade? Que interesses a motivaram? 

O oposicionismo desleal montou a seguinte estratégia: “é necessário derrubar a paridade do voto. O trabalho do Reitor Luís Júnior não há como atacar. Então, entra-se na justiça com um objetivo central: achatar o voto dos discentes e servidores técnico-administrativos. Os professores que foram nomeados na UFPI nesses últimos anos, isto é, de 2004 em diante, seriam um eleitorado flutuante. Assim, as informações sobre o trabalho da UFPI não atingiriam essa parcela dos professores”.

Segundo, é vital "achatar" (essa é a expressão usada pelos patrocinadores do atraso) o peso dos servidores que tendem a votar no candidato da situação porque essa está bem avaliada. Finalmente, com a expansão da UFPI, os alunos teriam muito peso. Assim, a diminuição de sua influência era, também, condição sine qua non para vitória oposicionista.

O pacote de maldades não termina nisso. A ideia é deflagrar a greve para esvaziar a UFPI. Dessa maneira, o eleitorado votante seria pequeno. Nesse cenário, os patrocinadores do atraso, através da mobilização de partidos políticos, arregimentaria um número grande de partidários e venceria as eleições.

Tal cálculo vem funcionando. A justiça acatou as duas ações judiciais e o intento central foi alcançado: a paridade do voto não vigorará na eleição do dia 23/05/2012 e o segmento docente terá peso de 70% dos votos. Em prosa, isso significa que um voto de professor equivalerá a aproximadamente 88 votos de aluno. E mais, a greve tem data para começar: 17/05/2012.

O cenário montado pelo oposicionismo desleal parece estar se configurando. Não obstante, o processo político-eleitoral envolve diversos atores. Nesse caso, compete aos professores, técnico-admistrativos e discentes comprometidos com o desenvolvimento da UFPI nos últimos anos responderem com veemência a essa estratégia. 

O primeiro passo é mostrar à comunidade ufpiana o “casuísmo eleitoral” típico do regime militar que o pensamento reacionário-conservador tenta introduzir. As apelações judiciais, as denúncias sem provas e os ataques às pessoas que vivem a UFPI, não encontram ressonância num ambiente onde impera o trabalho, os valores meritocráticos e a transparência na gestão pública.

Avesso aos ditames da convivência democrática, o oposicionismo desleal reagrupa-se novamente sob o manto do partidarismo político visando aparelhar a academia. Prometem-se e ofertam-se cargos a professores em troca de apoio político, distorcem os fatos e tentam denegrir a imagem daqueles que trabalham diuturnamente na principal IES do Piauí. Em que pese toda a retórica “republicana”, nem de longo praticam algum ato nesse sentido.

Nas duas ultimas eleições, o eleitorado ufpiano derrotou de maneira “acachapante” o partidarismo que emperrava seu desenvolvimento e “quebrou velhos paradigmas”. Uma nova mentalidade gestora foi introduzida. Agora, o trabalho e mentalidade gestora diferente devem prevalecer. Somente assim, a UFPI estará LIVRE para VIVER, promover e trilhar o caminho do desenvolvimento institucional, educacional e socioeconômico no estado do Piauí.

Cleber de Deus – Doutor em Ciência Política e professor da UFPI

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